Há duas semanas, peguei o Millennium 2 1591, na linha 172N (↕ Belém – Shopping Center Norte). Nem os chamo mais de novos, porque até o cheiro de novo deles já desapareceu! Entretanto, esses são os que chegaram há meses. Com o grande número de novos ônibus (293), os últimos acabaram chegando apenas recentemente e entraram em operação há uma semana.
Apesar do que eu acabei de escrever, esse não é o assunto sobre o qual quero falar. Quero falar sobre portas. Estes Millenniuns têm três portas, com um elevador na do meio. Bem, depois de uma viagem lotada nesse Millennium — achei isso estranho, porque, numa 271C da vida, haveria, no máximo, uns cinco passageiros —, fui desembarcar. Apertei o botão. Ao chegar ao ponto onde desço, o ônibus para e, para minha surpresa, a porta do meio abre. Felizmente, o cobrador, vendo que eu queria descer e estava no fundo do ônibus, avisou ao motorista para abrir a última porta.
Eu não entendi uma coisa: por que a porta do meio foi aberta? Em primeiro lugar, eu já peguei o 2 1591 diversas vezes com esse motorista e, em todas, ele abriu apenas a terceira porta. Em segundo lugar, pensei que fosse “proibido” abrir a porta central, considerando que ela deveria ser utilizada apenas por cadeirantes. Achei isso muito estranho!
Algumas empresas (ou a maioria) não abrem a porta do meio alegando que o elevador ficará danificado rapidamente. A única empresa que já vi abrir a porta do meio, com elevador, de seus ônibus é a Viação Piracicabana, da baixada santista, que deixa livre as portas de seus Torinos G6 e Urbanuss Pluss adaptados para deficientes físicos, mas a maioria abole essa prática mesmo. Elas devem ordenar seus motoristas para que não abram, porém não é isso que sempre ocorre. A comunicação entre a empresa e o motorista nem sempre é perfeita. No caso da Sambaíba, só posso dizer que é estranho. Apesar do aviso próximo à porta dizendo que ela é exclusiva à cadeirantes, alguns motoristas a abrem normalmente. Já vi Millennium parando no ponto e abrindo as três portas (no caso de alguém subir). Contudo, o mais comum é apenas a última abrir. Sinceramente, considero meu caso mais estranho ainda, porque, ficando na última porta, tenho certeza de que ela abrirá. Foi estranho ver apenas a central abrindo. Certa vez, num Mondego da Viação Cidade Dutra, na linha 675X/10 (↕ Vila Mariana – Terminal Grajaú), um homem queria descer na Rua Loefgreen. Chegando ao ponto, apenas a porta onde ele estava abriu. Quer dizer que o motorista percebe onde o passageiro está (nesse caso, era um articulado, portanto todas as portas deveriam abrir)? O motorista do 2 1591 achou que alguém próximo a porta central queria descer?
Em minha opinião, portas centrais com elevador deveriam ser abertas apenas quando o ônibus estivesse muito lotado — junto com a outra porta, é claro.Isso resolveria de ter que se apertar lá no fundo quando o ônibus está abarrotado. Não há porquê abrir a porta central, caso o ônibus esteja vazio. Basta caminhar até a última porta. Deveria, também, haver um aviso perto da porta que avisasse os desavisados, pois são incontáveis as ocasiões onde vi pessoas apertarem o sinal de parada solicitada e ficarem em frente à porta central achando que ela vai abrir (na verdade, às vezes, ao chegar ao ponto, o motorista acaba abrindo por solidariedade, mas alguns também mandam a pessoa se dirigir à porta de trás). Digo isso, pois em algumas empresas não há o tal do aviso. Repito: na Sambaíba, há um que diz que a porta é para cadeirantes, mas, se é assim, por que ela abre? Vale dizer também que, quando chegaram, preservavam bastante os novos Millenniuns. Hoje, é mais comum ver a cena desse texto (porta central abrindo), mas não quer dizer que elas também não abriam quando eles eram novíssimos. Abaixo, um vídeo, não feito por mim, que demonstra a porta central abrindo, num ônibus razoavelmente lotado: