Há alguns dias, foi sugerido por um amigo que eu fizesse um vídeo em algum Busscar Urbanuss ou Busscar Urbanuss Pluss da Viação Transdutra, ambos OF-1721. Após excluir as linhas 167PR1 (↕ Armênia – Parque Residencial Bambi) e 525TRO (↕ Armênia – Jardim Santa Paula), devido a seus “baixíssimos” intervalos de duas horas aos finais de semana, restaram-me as linhas 167TRO (↕ Armênia – Vila Carmela) e 354TRO (↕ Armênia – Bairro dos Lavras). Optei pela última, já que meu amigo disse que ela possui mais OF-1721 do que as outras. Ela possui uma irmã, que tem seu ponto inicial no mesmo local que ela (Rua Ibitiba): a 408TRO, de mesma denominação. A diferença é que a primeira — 354TRO — passa por Bonsucesso, enquanto a restante vai até o Metrô Armênia passando pela região de Cumbica. Devo, também, dizer que a Viação Transdutra possui outras linhas além das supramencionadas, mas coloquei em pauta apenas as suas linhas que saem de Guarulhos, pois se por lá já é cansativo — levei uma hora e vinte minutos até o Bairro dos Lavras —, não quero nem imaginar como é ir até Itaquaquecetuba ou Arujá (de qualquer forma, algum dia irei, porque quero conhecer essas cidades longínquas com linhas partindo do Metrô Armênia).
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O destino! (Créditos a Adrianno Sakamoto.) (http://fotolog.terra.com.br/desbravandoarmsp:415.) |
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Irmãos do Busscar Urbanuss Pluss utilizado. (http://fotolog.terra.com.br/busmaniaco3:165.) (Créditos a Cosme Oliveira — busManíaCo.) |
Hoje, fui à luta, em mais um passeio. Às 14h10, estava preparado para pegar esta linha na Estação Armênia. Segundo o site da EMTU, haveria uma partida 14h00 e outra 14h30, mas o que vi ao chegar foi uma fila gigante e, logo depois, um Urbanuss Pluss OF-1722M de prefixo 32.517, pela linha 354TRO. Seria ele o das 14h, atrasado? Não há como saber ao certo (será que o site da EMTU é confiável no quesito informações de horários?), mas a lógica diz que sim, devido ao tamanho da fila que se estendia, e devido à volta ter sido vazia (se teve vinte pessoas já era demais para minhas contas, ao passo que a ida contou com umas oitenta dentro do Pluss). Desisti de fazer o vídeo na ida, e o joguei para a volta, pois as condições do ônibus não permitiriam. Passei a catraca e me confortei num assento pouco atrás do cobrador.
Para ser sincero, o ônibus não saiu tão cheio como esperado da Estação Armênia, mas após sair da Marginal Tietê, estando na Dutra, começou a se ver numa situação de emergência. Fui atingido por cerca de três bolsas durante o trajeto, que se apoiavam em cima de minha cabeça pelas pessoas, que às vezes, nem tinham culpa disso, de tão lotado que o ônibus ficou. Aceitei as desculpas, tranquilamente. Na região de Cumbica, o ônibus já quase atingira sua capacidade máxima. Foi necessário que o cobrador mandasse as pessoas darem um passinho para trás, para que algumas outras conseguissem embarcar. Sei que esta frase é comum nas lotações de São Paulo, talvez seja nas de Guarulhos, com a ânsia dos operadores para conseguir mais passageiros (ou conseguir mais lucro). Contudo, nunca pensei que ouviria num ônibus de uma empresa, que não precisa disso — ter mais passageiros… Vai ver era só motorista/cobrador querendo ser bondoso mesmo.
Em meio a um calor humano, era possível notar diversas situações do cotidiano de um ônibus lotado: pessoas esbarrando umas na outras, pequenas confusões, pessoas falando ao celular ao mesmo tempo que irritavam outras com o fazer, pessoas que riram com a frase do "passinho para trás", pessoas não conseguindo descer em seus pontos (o que gerou a ideia de entrar por trás e descer pela frente, a qual o motorista deixou rolar). Embora sentado, posso me considerar uma vítima, pois como eu disse lá para cima, fui atingido três vezes por bolsas aleatórias. Além disso, duas pessoas colocaram suas sacolas em meus joelhos acidentalmente, visto que se nem para pessoas havia espaço, que privilégio teriam sacolas nesse ônibus?
Abarrotadamente, o ônibus seguia seu rumo. Poucos conseguiam embarcar, e os que conseguiam, entravam pela porta traseira, de tão lotado que realmente estava. Os que desciam, optavam pela porta dianteira, caso estivessem próximo a ela. Na BR-116, na região de Pimentas, o motorista cortou os pontos onde ninguém desceria, pois não era possível fazer nada para que mais alguém conseguisse entrar no ônibus.
Somente depois do trevo de Bonsucesso os passageiros começaram a desembarcar, tornando o ar menos escasso. Foram deixados, a maioria, na Avenida José Rangel Filho, Jardim Ponte Alta, mas ao chegar no ponto inicial da linha, no Bairro dos Lavras, ainda havia umas quinze pessoas no ônibus. Fato quase inédito, pois quase sempre sobra apenas eu indo ao ponto inicial, que geralmente é deserto em linhas alheias.
No ponto inicial, no famigerado e guarulhense Bairro dos Lavras, além do recém-chegado 32.517, havia já, apreciando os ventos do norte, um outro Urbanuss Pluss OF-1722M: 32.518. Apesar disso, foi o 32.517 quem saiu primeiro: fui ao Lavras e estava voltando a São Paulo no mesmo carro, com a mesma dupla. Não obstante, embora quinze pessoas tenham desembarcado no ponto inicial, apenas eu mais três esperavam a partida da linha sentido Armênia. Essas três sumiram de vez, quando uma (maldita) lotação, ou van, que ia à Estação Armênia, oriunda de não sei onde (por já conter passageiros) os chamou. Eles, de modo não inteligente, aceitaram. A única coisa que pude fazer de coerente foi agradecer à situação, pois, devido a isso, apenas eu subi no Urbanuss Pluss 32.517 rumo a São Paulo, três minutos depois, às 15h40. Isso tornou o vídeo mais tranquilo. O cobrador espantou-se ao ver eu entrando no ônibus novamente. O motorista, nem tanto, pois nem reparou minha entrada há horas, na Praça Armênia. Porém, enquanto eu gravava, ele pediu para que eu tirasse uma foto dele… Bem, foto não pude tirar, mas espero que se contente com um vídeo, se é que irá vê-lo algum dia…
Coisa curiosa que ocorreu na volta foi o motorista comentando a estressante ida, chamando os passageiros de folgados: “Se você corria, era louco. Se você andava lentamente, era ruim. Se você parava para alguém subir com o ônibus lotado, você era retardado. Mas se é a tal da pessoa que reclama querendo subir? Xinga o motora à vontade”, desabafava o motorista (como pode ser visto no vídeo), não exatamente com estas palavras. Concordo plenamente com ele, pois a maioria dos passageiros nunca está satisfeito, mesmo que as coisas estejam perfeitamente normais.
Feito o vídeo, apenas observava o movimento da linha, que era fraco. Cerca de um décimo do total de passageiros da ida encontrava-se na volta. É verdade, é por aí mesmo: se havia uns oitenta passageiros na ida, e a volta contava com apenas uns oito por vez (e vinte no total?)! Apenas observava… Até chegar na Marginal Tietê, na altura do Metrô Tietê, onde desembarquei e fui para casa num Apache S21 OF-1721 da linha 1702/10 (Tietê – Jova Rural) — o 2 5093 —, que ficou com os assentos razoavelmente ocupados durante o trajeto.
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