Era 14/06/2011, um dia normal. Apenas era, certo… pois acabou terminando em um fato surpreendente e desagradável (nem tanto, vai), e essa é a razão para eu estar agora disposto a contar esta história, que se refere não exatamente ao motorista, mas, sim, ao fato que ele provocou. Tudo começou quando pude voltar para casa às 9h40…
Era indubitavelmente um horário não rotineiro. Esse horário me traz recordações decentes, no que se refere à “busologia”. Ele contem o motorista da 271C/10 (Praça da República – Parque Vila Maria) que passa por volta das 12h30 (ultimamente não o tenho visto nesse horário, na verdade), e, vinte minutos depois, apresenta também o 2 1591, da 172N/10 (↕ Belém – Shopping Center Norte), que é dirigido também por um moço que passa 12h30. Sei disso, pois, no caso do primeiro, já tive a experiência de usá-lo 9h40, e no caso do segundo, já o observei passando pela Avenida Cruzeiro do Sul às 10h00. Fiquei, digamos, ansioso para ver se me depararia com algum “conhecido”, de fato.
Fui ao ponto, que se encontrava vazio devido ao horário (fato, pois não há quase ninguém voltando para casa às 9h40 de uma terça-feira), e lá esperei, esperei, e esperei. Eu era a todo o momento abordado por várias opções de linhas que eu poderia pegar, mas resisti fortemente. Eu não esperava dar com os burros n’água, de modo algum, pois estava confiante de que o encontraria. Ao fundo, vi um Apache Vip, e pensei: será que é? Imagino isso, pois considero o motorista pontual, e ele logo havia de passar. Não deu outra: acertei na mosca (por sorte, consideremos). Encostou atrás de um Caio Millennium II O500M (novo) de prefixo incognoscível que estava parado no ponto o tal do Apache Vip, que era o 2 2076, um OF-1721. Linha? 271C. Mesmo com a informação necessária, hesitei em dar o sinal, pois nem sabia se era o “conhecido” motorista mesmo (sim, minha inútil missão era encontrá-lo). Por felicidade, ele somente acabou parando no ponto, porque alguém queria desembarcar, isso me deu a chance de observar se era realmente ele. Em outras palavras, se ninguém desembarca, o motorista apenas dá tchau para o ponto, pois, realmente, a demanda da linha deixa a desejar nesse horário. A maior prova disso é que, da vez em que a peguei 9h40, eu era a única alma do ônibus. Depois de passar pelo Metrô Santana, o mais importante de todos os pontos da linha, apenas uma senhora entrou, e ela foi a única remanescente depois que desci do Apache S21 2 2021, na época. Continuando a história: quando ele se preparava para rumar sentido bairro, depois de deixar o passageiro, consegui reparar em sua face e… sinalizei. Sabem por que fiz isso, certo? Era ele. O curioso é que era muito fácil identificá-lo, pois sempre estava no supramencionado S21 de prefixo 2 2021, mas, depois que eles foram aposentados, sempre alternou entre uns Apaches Vips (ficou vários dias com o 2 2095, outro OF-1721, mas também já o peguei com o 2 2798, um OF-1722M, e hoje estava com o 2 2076, que deve ser da linha 271A/51 (↕ Santana - Cangaíba)).
Minha inútil missão estava completa. Vale ressaltar também que, além de motorista, cobrador também era o mesmo. Nada de especial foi notado durante o trajeto, tirando a MONSTRUOSA demanda que a linha tinha: cinco pessoas dentro do ônibus! Será um recorde do horário? Não sei… mas sei que… enfim… esse era o número.
Bem, o inútil dos fatos, de dois que ocorreram, é que motorista e cobrador, ao pararem num semáforo, conversaram com a dupla de um Busscar Urbanuss Pluss OF-1721 linha 177C/21 (Shopping Center Norte – Parque Edu Chaves), que estava parado ao nosso lado. Era o 2 2918, que foi aposentado um dia depois. Não sei com qual adjetivo defino ter visto um carro em seu último dia de operação: emocionante? Interessante? Inútil? Nada? Não tenho opinião?
Certamente, o leitor ainda tem dúvida de qual é o fato desagradável e surpreendente… Como falei logo acima, são dois. Listarei o que falta, que é o realmente desagradável. É o que tem papel importante nesta historieta. Depois da conversa que houve entre as duas duplas lá no farol da Rua Duarte de Azevedo, aprontei-me para apertar o botão de parada solicitada, por motivos óbvios (para brincar não era, odeio quem faz isso a fim de badernar). Obviamente, eu iria descer.
Acho que ainda não falei sobre isso por aqui, mas posso falar agora. É isso: tenho confiança nos motoristas “conhecidos” quando o assunto é descer do ônibus. Eu acho que, com apenas isso, não dá para entender o que quero dizer. Mas agora sim explico: já fui desrespeitado inúmeras vezes por motoristas que não atenderam ao botão de parada solicitada, sei lá se por desatenção, por não conhecerem o ponto, por estarem de sacanagem ou sei lá o que. Fortaleço os dois primeiros motivos, visto que o ponto onde desembarco é deserto e quase inútil, além de ter outro muito próximo logo adiante. Se o motorista parar no próximo, nem me importo. Minha real preocupação seria ir além… Enfim: quando pego o ônibus com os tais dos motoristas “conhecidos”, sinto-me completamente seguro de que descerei normalmente.
Vejam bem, não estou comentando isso à toa. Talvez alguns já tenham imaginado o que aconteceu hoje. E os que não imaginaram, provavelmente decifraram a charada com a última frase. Se ainda assim alguém não conseguiu descobrir o que é, basta ler o resto do texto.
Inesperadamente, o motorista passou do meu ponto. Entrei em um estado de desespero, pois tenho certa vergonha de gritar a famosa frase “Vai descer!”. Acho-a estranha, e tenho a sensação de que todos no ônibus olhar-me-ão depois disso. Para essas e outras, não existe o mastercard, mas existe o cobrador legal: ele avisou o motorista de que eu iria descer naquele ponto. Não sei se simplesmente por ter visto o botão de parada aceso ou por me conhecer (saber que desço ali). Fui veementemente deixado entre o segundo e o último ponto da rua!
Tudo bem que existem cobradores legais, mas existem, também, os que nem se importam com a situação dos passageiros. Mas que droga, por que diabos eles não se dão ao luxo de fazer isso? Eles não têm tantas funções assim… Alguns ficam mexendo no celular, pô. Uma vez, vi um cobrador legal que ficou batendo na caixa onde são guardadas as moedas para avisar que eu iria descer (antes de chegar ao ponto). Seria tão bom se todos os cobradores fossem atenciosos com os passageiros (por mais que alguns sejam folgados e insatisfeitos com “ônibus”).
Agora, meu único desejo é encontrar-me novamente com esse motorista da 271C, apenas para ver se ele ficou mais esperto, hehe. Seria interessante, para mim, ver alguém mais, além da cobradora da 107T que passa 12h30, falando comigo. Falando nela: vi-a sexta-feira, dia 17/06/11. Foi interessante. A cada dia que passa… vejamos… socializo-me mais?
Despeço-me agora. Espero contar uma nova história no dia 25/06/11, quando haverá um legalzón passeio. Com o acontecimento do dia catorze, só digo que não estou mais tão seguro quanto pensava estar em relação aos motoristas que já pararam para que eu descesse em meu ponto…