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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ônibus em 02/06/2011 - 107T-10

02/06/2011: hoje, o dia era completamente diferente — mas frio, como sempre tem sido. Hoje, eu precisaria ir às imediações da Rua Augusta, sem nenhum propósito jocoso. Iria e voltaria de ônibus. Essa é uma coisa que já difere o dia dos demais, porém não é a única. Normalmente, eu teria oito opções de linhas de ônibus, mas hoje esse número cai drasticamente para apenas uma linha: 107T/10 (Cidade Universitária - Tucuruvi). Junto comigo, aventuravam-se mais dois amigos. Outra coisa diferente deste dia é a greve no transporte público. Falar “greve no transporte público” é uma generalização, mas nota-se o caos que se instalou na região metropolitana de São Paulo — principalmente no “ABCD... paulista” — graças à greve da CPTM (linhas de trens completamente paralisadas) e também à greve dos motoristas de ônibus no ABC. Metrô e ônibus ficam mais lotados do que o normal por causa disso. Talvez isso me afetasse, mas eu esperava ônibus lotado, com ou sem greve, pois eu iria num horário de pico (7h30).
      Indo à luta, dirigi-me ao TP (terminal primário/ponto inicial) da 107T, nas estreitas calçadas da Estação Tucuruvi. Fiz isso, porque tal ato garantiria um lugar para sentar no ônibus, o que é indispensável. Havia dois Millennium II pisos baixos centrais (2 2703 e outro do qual não me lembro) parados por lá. Para minha surpresa, de um deles havia descido uma cobradora. Era uma que me disse — há uma semana — “Apareceu, hein?”. Muitas coincidências aconteceram comigo ultimamente, e isso certamente não é uma exceção. Ela conversou com um de meus amigos, dizendo que estou “acostumado” a pegar ônibus, e que sou um “freguês” da linha...
2 2703 em uma linha da USP: 177H/10 (Butantã USP - ↨ Santana). É
comum que alguns carros alternem entre as linhas da USP da Sambaíba.
Provavelmente o 2 2719 e o 2 2703 não são um deles, pois a 107T só
os recebeu recentemente (assim como recebeu outros PBCs).
(Créditos a Fábio Evangelista, aqui.)
    Quando eu estava chegando a Tucuruvi, vi um Apache Vip de prefixo inidentificável na 107T. Por isso, precisei esperar cerca de dez minutos até que o Millennium em que embarquei (2 2703) saísse, às 07h40. Isso foi até bom, pois se em Millennium já não é tão bom andar num ônibus lotado, pior ainda seria num Apache Vip. Eu esperava que o trajeto tivesse duração de uma hora: eu estava totalmente enganado.
     O ônibus saiu do Metrô Tucuruvi com uns vinte assentos ocupados. Vazio, mas após passar pelas Avenidas Nova Cantareira e Leôncio de Magalhães, ficou com cerca de três pessoas em pé (isso, porque algumas também desceram). A linha contem um sobe-e-desce durante todo o trajeto. De qualquer forma, melhor do que eu imaginava como poderia ser. Ao chegar no Metrô Santana, poucas pessoas desceram, o que para mim é novidade. Muitas subiram, e a viagem seguiu com o ônibus contendo umas dez pessoas em pé. A partir daí, achei que apenas teria de esperar a chegada à Rua Augusta pelo trânsito de São Paulo, sem me preocupar com absolutamente mais nada. Porém, ao chegar no centro, lugar onde achei que o ônibus esvaziaria, o meu pouco conhecimento foi desmentido. Assustei-me com o número de pessoas que entrou no ônibus, o qual lotou de vez. Resolvemos levantar dos assentos na Praça da República, para que nos preveníssemos, ficando próximos à porta. O único fato interessante a ser notado foi um homem, sentado ao meu lado, que, sempre que falávamos algo, ele comentava. Exemplo: quando um de meus amigos perguntou se a linha passava perto do Túnel Papa João Paulo II, no Anhangabaú, quando eu me preparava para responder “não”, o homem rapidamente fez isso por mim, e ainda por cima, perguntou aonde queríamos ir, achando que estávamos perdidos... Desembarquei normalmente na Rua Augusta, às 09h20 (graças ao intenso congestionamento) junto a um mar de pessoas — parecia ser um ponto demandado — com a ajuda de pessoas que desciam do ônibus para abrir passagem e que depois voltavam para dentro dele. Não foi uma viagem cansativa, já que fiquei sentado durante ela, mas deu-me uma amostra do que realmente é um ônibus no horário de pico (não tive muitas oportunidades para experimentar um). Outra coisa: se levei uma hora e quarenta minutos do TP da linha até a Rua Augusta, será que chega a três horas o trajeto até a Cidade Universitária, com o trânsito que há em São Paulo? Imagino que sim… Só não sei se na Cidade Jardim há tanto trânsito como há no centro e na zona norte de São Paulo. Durante o trajeto, uma coisa me surpreendeu: vi o 2 1773, da linha 701A/10 ( Vila Madalena - Parque Edu Chaves) quebrado. É um dos novíssimos Millennium O-500U que a Sambaíba recentemente adquiriu.
     Pulando tudo que fiz, e indo direto à volta para casa: foi-se um amigo e outro restou. Com ele, caminhei até um ponto da Rua Caio Prado, no cruzamento com a Rua Frei Caneca, às 11h50. No local, além da linha 107T, havia também a linha 107P/10 (Pinheiros – Mandaqui), das que serviam à zona norte (Santana), porém meu amigo, que poderia usar qualquer uma das duas — ao passo que eu apenas a “Tucuruvi” — preferiu a 107T, porque ela passa no Metrô Tietê (e lá ele pode pegar uma linha que utiliza antes que ela lote, no Metrô Santana). Uma cena decepcionante aconteceu enquanto caminhávamos até o ponto: vimos o 2 2341, um Millennium PBC da 107T, parado no semáforo. Nenhum de nós dois gostamos de pegar ônibus fora do ponto, apesar de o semáforo ser pouquíssimos metros depois do ponto, então resolvemos deixá-lo ir embora. Notei que seu motorista é o mesmo que, há semanas, 12h30, embarcou um cadeirante no Metrô Santana. Presenciei isso e postei por aqui.
    O ponto no qual estávamos na Rua Caio Prado era daqueles com lugar para sentar, mas com uma cobertura precária (assim considerada pelas pessoas). O interessante é que esse ponto está sempre presente em locais desertos (como a Rua Caio Prado, pois só havia uma mulher nesse ponto), enquanto em locais com uma demanda muito maior as pessoas ficam em pé (na verdade, esse ponto com míseros quatro lugares não resolveria em nada a situação). A conclusão disso é que os pontos — pelo menos a maioria — não são definidos pela demanda do local, mas sim, geralmente, pelo bairro onde o ponto está localizado. É muito fácil achar exemplares de pontos com lugares para sentar em bairros paulistanos de luxo que ficam às moscas.
     Todas as opções passaram, um carro da linha 7181/10 (Cidade Universitária – Terminal Princesa Isabel), dois da linha 7701/10 (Terminal Amaral Gurgel – Jardim Guaraú), um da linha 107P e também dois carros seletivos da linha 179TRO (Engenho Velho [EMBU] – Anhangabaú [SÃO PAULO]) da Miracatiba. O curioso é que um não tinha ninguém dentro, e o outro tinha somente duas pessoas dentro. Tudo isso levou vinte minutos. O mesmo tempo foi levado para que curvasse da Rua Frei Caneca um ônibus da 107T. Era o 2 2719, outro piso baixo central (eles facilmente dominam a linha, e aquele Apache Vip era uma exceção, sempre tem unzinho na linha).
2 2719 em outra linha da USP:
177P/10 (Butantã USP - ↨ Santana).
(177P passa pela Rua Cardoso de Almeida.
177H passa pela Avenida Angélica.)
(Créditos a Thiago Russo, aqui.)
    Como esperado, estava vazio. Nunca vi o motorista, tampouco o cobrador. 12h10 já é um horário bem mais tranquilo para qualquer linha de ônibus, logo arrumamos dois assentos livres na rica parte traseira do ônibus. Daí em diante, nada de especial ocorreu. Apenas observei a movimentação pelas ruas do centro da cidade e pelo ônibus ocasionado pelos passageiros, visto que o sobe-e-desce é algo constante na 107T. A diferença é que o movimento de manhã é muito maior, enquanto no horário de vale, é sempre uma pessoa, apenas uma, querendo descer num ponto ou querendo subir para o ônibus. Não sei se isso é alguma maldição. Mas sei que eu estava em casa às 13h10, tranquilamente. O PBC contava com apenas cinco pessoas após minha descida.

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