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terça-feira, 17 de maio de 2011

Ônibus em 17/05/2011

    17/05/2011: novamente deparo-me com o mesmo dia que vi ontem: chuva e frio, além do inevitável trânsito nos horários de pico. Nada de especial foi notado de manhã, fora um Apache Vip I OF-1417 (2 2145) que estava na linha 271C/10 (Praça da República - Parque Vila Maria), pois depois eu veria meio-dia outro Apache Vip nessa linha, em horários (7h30 e 12h30) onde costumo ver os S21’s “2 2252” e “2 2021”, o que me leva a crer que os Apaches S21 estão dando adeus com a chegada dos novos Millennium’s. Agora, abaixo a história:
    Andava tranquilamente até o ponto, pois estava no horário certo (12h29), e de longe vi que acabara de perder um Apache Vip OF-1722M (2 2801) da linha 172T/10 (Metrô Brás - Vila Nova Galvão), porém não me importei nem um pouco, pois odeio estes Vips (que por sinal estão dominando a linha, após a saída dos Torinos de 99, infelizmente). Esperei, esperei, esperei, e nada vi. Passou-se dez minutos desde a minha chegada ao ponto e a única coisa interessante que vi foi o Urbanuss Pluss OF-1418 (2 1462) da linha 1745/10 (Center Norte – Vila Nova Cachoeirinha), parece que o motorista se esqueceu de mudar o letreiro, pois ele ainda marcava “Center Norte”, e ali a linha passa sentido bairro. Em dez minutos de espera, das oito opções que tenho, a única que apareceu foi um lotado Apache Vip I OF-1417 (2 5098) da linha 1702/10 (Tietê – Jova Rural), o qual ignorei sem hesitar. Estando atrasado, não tive outra escolha: pegaria o primeiro ônibus que passasse a partir daquele momento. Felizmente, não veio nada muito pesado... Dos confins da Avenida Cruzeiro do Sul, aproximava-se o Millennium Piso Baixo Central (2 2715), na linha 107T/10 (Cidade Universitária – Metrô Tucuruvi), que chegou ao ponto de portas abertas pronto para me receber, atendendo à minha sinalização.
    Fui o único a embarcar, o que não é de se assustar, já que a demanda da linha é composta principalmente por pessoas que a pegam principalmente antes da Ponte Cidade Jardim, na Avenida Cidade Jardim, na Avenida Europa, na Rua Colômbia, na Rua Augusta e no centro, para desembarcar principalmente em Santana. Graças a isso, é comum ver ônibus da linha vazios em minha rua, 7 da manhã, antes da Estação Santana. Repetindo, não veio algo muito pesado, mesmo assim, não me agrada andar de 107T, pois sua frota é composta principalmente de PBC’s (piso baixo central), e eu, louco que sou, não gosto de ficar pertíssimo do chão na hora de descer do ônibus, considerando que suas portas abrirão ainda em velocidade considerável.
    Nada de interessante ocorreu, apenas aproveitei um assento livre logo após a “cratera” no meio do ônibus e lá fiquei até o Metrô Santana, onde o ônibus esvaziou razoavelmente. Tudo caminhava para uma ida normal até o ponto onde desço, mas então, percebi o motorista, que era um senhor de óculos escuros, que havia os retirado de seus olhos, manobrando o ônibus para trás e para os lados, fiquei com uma cara de “what the f*** is that?”, e para reforçar tal expressão facial, o cobrador ainda ficou dizendo: “Eu é que não vou botar minha mão nisso, se vira aí!”. O motorista desceu e subiu no ônibus duas vezes, eu continuava a não entender nada, pensei até na hipótese do ônibus ter quebrado, foi então que numa terceira vez o mistério foi esclarecido: havia um cadeirante querendo embarcar no ônibus! Então, a única coisa que consegui raciocinar foi: ele estava alinhando o ônibus com o cadeirante. Antes dele embarcar, foi necessário que o senhor que conduzia o Millennium pedisse licença a mim, pois eu, naquele momento, estava em pé em frente à porta, e um de meus pés estava em cima da rampa que é utilizada para “conectar” ônibus com calçada, o que facilita o embarque de um cadeirante, sendo muito mais rápido do que um elevador, comum nos ônibus de piso alto. Dada tal licença, foi posta sobre a calçada a rampa, pela qual o cadeirante subiu no ônibus. Provavelmente tinha alguma deficicência mental, pois tentava falar algo ao motorista que não era possível entender, a única coisa que ficou clara é que queria ir à Avenida Nova Cantareira (pelo menos pela reação do motorista).
    E então, após toda esta embolação, a viagem seguiu, com apenas um porém: se entrei neste ônibus, de certa forma, atrasado (para chegar a minha casa), imagine como eu horrorosamente atrasado estava depois do tempo que foi gasto alinhando o ônibus naquela movimentada parada que o Metrô Santana possui, para que o cadeirante subisse... Desembarquei normalmente no segundo ponto da Rua Duarte de Azevedo, segurando-me com força em um dos poucos balaustres que possuem os PBC’s, pois naquele buraco no meio do ônibus havia três estudantes “atrapalhando” o meu desembarque e “roubando” espaço, o qual é escasso por ali. As portas abriram-se no número 686 da Rua Duarte de Azevedo e apenas fui para casa pensando: caramba... Todo dia um fato curioso acontece comigo, e hoje foi um exclusivo! É a primeira vez que vejo um deficiente físico entrando num ônibus ao vivo! Foi interessante, mas sobretudo: inédito e exclusivo...

Exemplo de cadeirante embarcando num ônibus piso baixo (total, central ou dianteiro) por meio da rampa.


2 2715 fazendo a linha 701U/10 (Butantã USP - Jaçanã). Mudanças operacionais relacionadas a chegada de novos ônibus na empresa fizeram com que os Millennium's piso baixo centrais da linha 701U fossem remanejados para a linha 107T recentemente.

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