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terça-feira, 31 de maio de 2011

Ônibus em 31/05/2011

 31/05/2011: outro dia frio para a cidade de São Paulo, como de praxe. Hoje, apenas uma coisa não era rotineira: sair de casa uma hora antes do normal, o que me livrava do trânsito que reina pela região de Santana.
     Estava pronto para voltar para casa às 12h30. Vi, na caminhada até o ponto de ônibus, uma cena já relatada aqui algumas vezes: o micro-ônibus da linha 1721/10 ( Carandiru – Vila Ede), um destemido Busscar Micruss. Não sei ao certo se são da ABRACOV ou da ASSESP, na verdade nem sei o que significam estas siglas. Estão com liminar para continuar sua operação até que a SPTrans tome alguma atitude (vamos ver quantos séculos isso há de levar). O poder de persuasão nisso não é um pouco grande, se a decisão estivesse em minhas mãos, esses micro-ônibus aleatórios, que nem número da linha têm, já estáriam extinguidos.
     Chegando ao ponto num horário normal e não esperando nada de absurdo, apenas arranjei meu lugar, visto que, em certas ocasiões, aquele ponto é bem lotado. Precaução é sempre importante, por mais que o ponto esvazie quando qualquer linha que não seja fantasma encosta-se a ele, e sempre sobre um lugar próximo à rua, mas ainda na calçada (às vezes ficar no meio da rua é uma opção, a faixa da direita é utilizada, praticamente, apenas pelos ônibus, mas de qualquer forma, não é opção tão segura quanto parece ou não parece). Nada de especial vi, e apenas entrei num Apache Vip I OF-1417 da linha 177C/21 (Center Norte – Parque Edu Chaves), cujo prefixo era 2 2142. Caso eu não esteja enganado, ele era fixo na linha 177C/10 (Vila Madalena – Jardim Brasil), antes da chegada de novos Millennium’s.
    
2 2142 na linha 177H/10 da época (Butantã USP - Horto Florestal) .
Hoje, essa linha sai do Metrô Santana para a USP (foi encurtada) e
é recheada de Millennium's II. O 2 2142 saiu dela (há muito tempo),
e posteriormente foi à Garagem Fernão Dias, fazer linhas como a
 177C/10 (depois da 177H), ou a 177C/21 (recentemente).
(Créditos a Rafael, em http://only-buses.4shared.com.)
     O Vip encontrava-se vazio (uma pessoa dentro), e mais três, incluindo eu, entraram. Tive a impressão de já ter visto seu motorista, principalmente por causa da certeza de já ter visto o cobrador, um senhor moreno de bigode (duplas de motoristas e cobradores não costumam ser alteradas, mas já vi casos onde foram). Era um carro bem lento, característica quase que inevitável de um OF-1417 (alguns motoristas conseguem fazê-lo correr), mas para amenizar a situação entediante, vi algo que não vejo todos os dias.
    
    

    Saía de seu TS (terminal secundário ou ponto final) o carro 2 2561, um Busscar Urbanuss Pluss OF-1722M, pela linha 1728/10 ( Carandiru – Jardim Brasil). Quando o mesmo parou num semáforo ao nosso lado, o cobrador do 2 2142 (onde eu estava) começou a “gritar” para o motorista do 2 2561 (não lembro exatamente o quê). Talvez, auxiliando o fazer do cobrador, o motorista não hesitou em abrir a porta para também conversar com o velho que dirigia o Pluss. Depois, houve separação entre os dois, visto que, para cumprir itinerário, o 2 2561 precisava curvar à direita na Avenida General Ataliba Leonel, ao passo que seguiríamos reto pela Avenida Cruzeiro do Sul. Não obstante, uma conversa de pequenos gritos entre o motorista e o cobrador ainda continuou, sobre assuntos internos (vá lá saber se motoristas de 1728 e 177C não possuem amizade entre si? ambas passam pelo Jardim Brasil, ora), e, se ouvi direito, também falaram sobre tal de “Camila Sambaíba”. Não faço a mínima ideia de quem seja, obviamente, mas é fácil deduzir que, provavelmente, é uma funcionária da empresa.
     No principal ponto de Santana, a querida estação do sistema metroviário, duas pessoas desceram do Vip, deixando-o mais vazio ainda, mas isso pouco importa, visto que uma quantidade de pessoas que chegava perto de trinta entrou no Apache, acabando com o vazio dos assentos. Agitado que estava, o cobrador continuava a falar coisas aleatórias. No fundo do ônibus, uma passageira dizia ao celular: "Já estou na cento e setenta e sete". São vários os nomes que os passageiros arrumam para as linhas de ônibus…
     Levantei-me e me preparei para descer do ônibus. Quando ele estava no último semáforo existente antes do ponto onde desço (tive o privilégio de levantar apenas nas proximidades de meu ponto, e sempre tenho tal privilégio quando o ônibus não possui pessoas em pé). Foi quando notei que, atrás do 2 2142, apareceu o 2 2095, que estava na linha 271C/10 (Praça da República – Parque Vila Maria). Dei uma olhada para seu motorista, com o qual já peguei muitas vezes no Apache S21 2 2021 e pela última vez no Apache Vip OF-1722M 2 2798 (o 2 2021, pelo jeito, deixou a linha 271C de vez e até agora não foi substituído por algum carro em definitivo, pois sempre aparecem diferentes na linha), e ele retribuiu, afinal, se uma pessoa x olha para uma pessoa y, é inevitável que a resposta da pessoa y seja um olhar para a pessoa x. Graças a isso, espero pegar a 271C com ele nos próximos dias, pois assim ele vai notar que eu existo (sabe que desço em tal ponto, e hoje me viu de pé no 2 2142 antes do tal ponto). Isso não é uma coisa importante, mas é interessante, ora. Traçar uns laços de amizade ficcional (ou não) não faz mal. Para findar a história: desci normalmente, como sempre, apesar de uma freada brusca, que facilmente dava a impressão de que o motorista não pararia no ponto (mas parou).

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